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Cerca de 40% das 80 empresas públicas não apresentou ao IGAPE relatórios e contas referentes a 2019, incluindo a “todo-poderosa” Sonangol e a TAAG. Estado “ameaça” penalizar gestores com destituição.
Do lote de cumpridores fazem parte empresas do sector empresarial público como a diamantífera Endiama e entidades do sector da banca e dos seguros, nomeadamente os bancos de Desenvolvimento Angola (BDA), de Poupança e Crédito (BPC) e a seguradora ENSA. Mas ficaram de fora “pesos pesados” como a petrolífera Sonangol ou a transportadora aérea angolana, TAAG. De referir, no entanto, que a TAAG é uma das empresas cujo processo de privatização está previsto para 2021, conforme avançou em entrevista à Economia & Mercado (E&M), no ano passado, a chefe do departamento de privatizações e reestruturações das empresas públicas do Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE), Ana Paula Zengo, tendo garantido, na ocasião, haver um grupo técnico do sector dos transportes a trabalhar neste dossier em particular.
No caso da ENSA, os “esforços” empreendidos visando o saneamento financeiro das contas da empresa e a constituição de provisões técnicas bem como os prémios em cobrança foram algumas das causas do resultado negativo alcançado pela seguradora, no exercício económico de 2019, segundo fez saber, recentemente, o presidente do conselho de administração da instituição, Carlos Duarte, em conferência de imprensa. Como consequência desse saneamento, que “foi abrupto, mas necessário para a estabilidade da empresa”, conforme apontou o responsável, a companhia encerrou o ano de 2019 com um resultado negativo de 9,9 mil milhões de kwanzas.
No entanto, o mesmo já não se pode dizer em relação à margem de solvência de 102% que, embora tenha registado um decréscimo de 421% comparativamente ao ano anterior, segue em linha com as exigências do regulador, no caso a Agência Angolana de Regulação e Supervisão de Seguros (ARSEG). No total, a maior empresa de seguros do país investiu e constituiu provisões avaliadas em 94,7 mil milhões de kwanzas, subdivididas entre provisões técnicas e provisões para prémios em cobrança, como acima referido.
Além da situação de insuficiência de provisões, a nova gestão, que entrou em funcionamento em Novembro do ano passado, encontrou dívidas elevadas da seguradora junto de fornecedores, a par de um volume de prémios por cobrar, em 2019, na ordem dos 17 mil milhões de kwanzas, de acordo com o administrador financeiro, Ildo Nascimento. Contudo, “a seguradora registou um crescimento de 35% no volume de prémios brutos emitidos, num total de 63,7 mil milhões de kwanzas. No entanto, deste valor, a empresa conseguiu apenas cobrar 27,9 mil milhões de kwanzas”, destacou.
Fonte: economiaemercado
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